Acompanhando o crescimento do seu bebê

O CRESCIMENTO DO BEBÊ

Acompanhar o crescimento do bebê no primeiro ano de vida é fundamental para determinar se os desenvolvimentos ponderoestatural e neuropsicomotor estão ocorrendo adequadamente

A cena é recorrente: todos os meses mamãe e papai chegam ao consultório do pediatra loucos para saber se o bebê engordou e quantos centímetros cresceu. Essa ansiedade tem explicação, já que o crescimento adequado durante o primeiro ano da criança sugere boa saúde e desenvolvimento normal.

“São três as principais medidas que devem ser monitoradas durante o primeiro ano de vida: peso, estatura e perímetro cefálico”, afirma Débora Manzione Passos de Oliveira, médica pediatra especialista em Neonatologia pela Sociedade Brasileira de Pediatria e em Nutrologia Pediátrica pela UNIFESP. “Também se pode monitorar perímetro torácico e abdominal, correlacionando-se com as outras medidas citadas.”

Nos primeiros dias de vida a criança tem uma perda de até 10% do peso de nascimento, o que normalmente é recuperado até o décimo dia de vida. A partir daí o bebê deve ganhar cerca de 25 a 30 gramas por dia no primeiro trimestre, 20 a 25 gramas por dia no segundo trimestre, 15 a 20 gramas por dia no terceiro trimestre e 10 a 15 gramas por dia no quarto trimestre. “Normalmente no quarto mês a criança dobra o peso de nascimento, no primeiro ano triplica e com 2 anos quadriplica”, explica a pediatra. Já em relação à estatura, no primeiro semestre, a criança cresce em média 15 centímetros, ou seja de 2 a 3 cm/mês. No segundo semestre, cresce cerca de 10 centímetros, ou seja, 1 a 2 cm/mês. “No final do primeiro ano a estatura esperada é, em média, de 75 centímetros”, diz.

O crescimento do perímetro cefálico (PC) durante o primeiro ano também é importantíssimo, pois reflete o crescimento cerebral e sua monitorização pode detectar precocemente patologias neurológicas como hidrocefalia, tumores, microcefalia e fechamento precoce das suturas cranianas, o que pode requerer, muitas vezes, intervenção cirúrgica imediata. Segundo a pediatra, o PC aumenta 10 cm no primeiro ano (1 a 1,5 cm/mês no primeiro semestre e de 0,5 a 1 cm/mês no segundo semestre) e mais 10 cm nos 20 anos seguintes. Isso demonstra que o cérebro atinge 85% do seu crescimento até os 4-5 anos, sendo por isso muito importante esse acompanhamento.

“Todas essas medidas devem ser realizadas mensalmente pelo pediatra e colocadas em um gráfico pondero-estatural, pois o mais importante é a curva obtida ao longo dos meses e não apenas medidas isoladas”, afirma a médica. A velocidade de crescimento, acurva ponderal, o perímetro cefálico e a monitorização dos percentis dessas curvas é que podem alertar o pediatra para situações de risco como baixo ganho ponderal, obesidade, baixa estatura ou gigantismo, entre outras.

As curvas utilizadas como padrão de referência por recomendação da Organização Mundial de Saúde e Sociedade Brasileira de Pediatria são as curvas norte-americanas do N.C.H.S. (Centro de Referênciade Estatísticas de Saúde dos Estados Unidos da América). “Há curvas diferentes para meninos e meninas, visto que o sexo é uma variável importante que modifica o crescimento, assim como o potencial genético da criança herdado dos pais, que também pode determinar algumas limitações ou extrapolações nas curvas pondero-estaturais”,esclarece a dra. Débora.

Alguns fatores podem interferir no crescimento do bebê, como nutrição inadequada, doenças de repetição, prematuridade, baixo peso ao nascer por retardo de crescimento intrauterino, fatores genéticos e constitucionais, uso de medicamentos contínuos, síndromes genéticas, doenças metabólicas, neurológicas, cardíacas, renais e outras.

A maior questão durante o primeiro ano de vida da criança é a alimentação, que está diretamente ligada ao crescimento. “É importante ressaltar que o padrão ouro na nutrição infantil é o leite materno exclusivo até os seis meses de idade e a partir daí introduzir os alimentos sólidos gradativamente, podendo-se manter o aleitamento materno até 2 anos, se possível”, aconselha a pediatra. “Na impossibilidade do aleitamento ou na necessidade de complementação opta-se pelas fórmulas infantis que devem ser individualizadas e supervisionadas quanto à aceitação.”

Para o adequado crescimento e desenvolvimento durante o primeiro ano de vida é fundamental o vínculo dos pais com o pediatra. As consultas freqüentes esclarecem as dúvidas e possibilitam a observação contínua da criança para detectar precocemente problemas que podem variar de um simples erro alimentar até uma patologia que necessite de intervenção medicamentosa ou cirúrgica precisa e efetiva, para melhor prognóstico a curto e longo prazo.

Fonte: Revista Sempre Materna

opa
informação importantissima
muito abrigada por compartilhar flor
BJussssssssssssss

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